Em uma viagem para conhecer os encantos da maior floresta do planeta, é natural que a opção de transporte seja andar de barco pela Amazônia, já que por lá, os rios funcionam como grandes estradas.
Os prazeres desse tipo de viagem estão nos pequenos detalhes: assistir o belíssimo amanhecer deitada na rede, a diversidade da vegetação que acompanha todo o trajeto nas margens do rio ou o pôr do sol visto do último andar da embarcação.
Mas também é nosso dever enxergar a pobreza, o desmatamento e a falta de cuidados com a paisagem verdejante. Andar de barco pela Amazônia é cansativo, porém inesquecível!
Andar de barco pela Amazônia: principais dicas para uma boa viagem!
Decidi reunir em um só lugar as principais dicas de uma viagem pela Amazônia, explicando todos os pontos, desde a compra das passagens, até como manter a segurança dentro da embarcação:
Passagens de barco
– Procure comprar as passagens de barco com agentes autorizados em locais seguros, que geralmente são em mesinhas na rua. Isso é muito importante, pois na região do porto sempre ficam muitas pessoas oferecendo passagens e em alguns casos podem ser golpes. Para verificar preços, clique aqui.
– Pesquise sobre a embarcação e a estrutura oferecida. Normalmente eles apresentam fotos, mas dá para buscar rapidamente no Google. Pela minha pequena vivência em barcos e por recomendações de um amapaense que conheci na pousada, a melhor rede de embarcações da região amazônica é a Ana Beatriz.
– As viagens não são contadas por horas e sim por dias. De Manaus, no Amazonas para Santarém, no Pará é uma noite e dois dias. Já de Santarém para Belém do Pará, são duas noites e três dias. Já o contrário, pode variar conforme a correnteza.
– Já saiba que não existe hora certa para sair e muito menos para chegar. Tudo depende do carregamento no setor de cargas, na quantidade e tempo de paradas durante a viagem e também da fluência do rio.
– Além da passagem de barco, é preciso também comprar uma rede e cordas para amarrar. Os barcos não possuem assentos, apenas ganchos numerados para que cada um possa pendurar a sua rede.
VIAGEM PELA AMAZÔNIA
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– Grandes embarcações geralmente possuem 4 andares. O térreo, o primeiro andar com ar-condicionado e refeitório, o segundo andar aberto, o terceiro andar aberto com bar e sala de cinema e o quarto andar apenas para observação e botes salva-vidas.
– Há também a venda de camarotes, pequenos quartos com beliches e ar-condicionado. Os preços costumam ser bem caros.
– Para quem não quer vivenciar esse tipo de experiência, existe a opção de transporte com lanchas. Geralmente o tempo de viagem diminui de maneira considerável, porém o valor aumenta um pouco.
Dentro da embarcação
– Consulte a previsão de saída da embarcação e chegue pelo menos 3 horas antes para escolher seu lugar, pendurar a rede e acomodar suas bagagens. Convém ficar longe dos banheiros. Pode parecer exagero, mas em embarcações lotadas muitas vezes é impossível lugares juntos e o espaço fica limitante. Já dormi com uma rede em cima da minha, sem nem conseguir mexer as pernas.
– Normalmente os barcos possuem bar e refeitório que oferecem refeições e lanches rápidos. Os preços são populares, mas é bom levar frutas, bolachas e pães para variar a alimentação. Evite levar alimentos que estragam com o calor. Água gelada é gratuita nos diversos bebedouros espalhados.
– A venda de marmitas na vara é uma modalidade que só é possível ver por aqui. Os vendedores equilibram o pequeno isopor em sacos plásticos na ponta. Os viajantes retiram a embalagem e colocam o dinheiro, normalmente 10 reais.
Segurança no barco
– Fique de olho na sua bagagem, feche com cadeados e procure deixar tudo organizado. Nem sempre ocorrem furtos, mas é bom prevenir.
– Principalmente durante as paradas em portos e durante a madrugada. Muita gente entra junto com os vendedores ambulantes.
– Piratas: sim, eles existem na bacia amazônica. Por isso é importante manter seus pertences sempre perto e caso aconteça alguma coisa é importante não reagir.
– Em algumas rotas é normal a embarcação receber a visita de agentes da Polícia Federal. O procedimento é simples, eles entram e pedem para que os passageiros abram todas as malas e bolsas. As bagagens são inspecionadas com a presença do dono e pronto.
Andar de barco pela Amazônia: rotina de viagem
– Os banheiros possuem além do vaso sanitário, chuveiros de água fria. Dá para tomar banho tranquilamente.
– Existem pontos de energia espalhados pela embarcação, mas ter uma extensão faz toda a diferença.
– No barco é proibido casais dormirem juntos em uma só rede.
– Muitas vezes parece que o tempo não passa. Pense em atividades que possam ajudar a passar o tempos, como música, livros ou escrever relatos da viagem.
– Em algumas rotas o barco balança bastante. Se você já costuma sentir tonturas durante trajetos curtos, convém levar um Dramin.
– Para quem é friorento, um cobertor ou manta leve ajuda a espantar o vento que pode chegar sorrateiro de noite.
– Quando os barcos navegam próximo a margem, é comum ver a comunidade ribeirinha, principalmente crianças, em pequenas canoas vendendo mercadorias ou pedindo comida. Do alto da embarcação, os viajantes jogam pacotes de alimentos industrializados, em sacolas plásticas que acabam boiando.
– Conexão só com a natureza, pois na maioria do tempo a internet não funciona. Avise seus familiares, amigos e até o chefe que você fará um detox forçado do celular, Whatsapp e redes sociais.
– Opte por usar roupas confortáveis com tecidos leves, pois a maioria do tempo você passará deitado na rede.
Dicas extras para andar de barco pela Amazônia
– Vá com o coração aberto para conhecer histórias interessantes. Na minha primeira viagem me aproximei de uma jovem grávida de Parintins com o filho. Naturalmente ela me contou coisas muito pessoais e também um pouco sobre a vida na Amazônia. São relatos que nos ajudam a conhecer mais como funciona a estrutura social do lugar.
Já na segunda viagem, acompanhamos de perto a embarcação de um super motor-home suíço, onde um casal de idosos e um cachorro estão há quatro anos viajando pelo mundo. A aventura começou quando ele conseguiu se aposentar, após trabalhar durante 46 anos. Serve de inspiração, já que idade não é fator limitante para quem quer desbravar o mundo!
Fotos: Luca Meola – SITE | INSTAGRAM
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