Quando surgiu a oportunidade de conhecer o país, a primeira coisa que pensei foi: quero visitar o Museu da Frida Kahlo, no México. Adentrar a La Casa Azul, como o local é chamado, é começar a fazer parte de um universo paralelo. Já pelas ruas do tradicional bairro de Coyoacán, podemos perceber uma atmosfera diferenciada. Chego a pensar que é o cheiro de história.

Ao dobrar a esquina, em uma rua calma é possível perceber um grupo de pessoas em uma fila de espera. Todo mundo, de alguma forma, quer entrar. O Museu da Frida Kahlo, no México é um dos locais mais visitados do país. Abriu suas portas quarto anos após a sua morte, em 1958, a pedido da mesma que, junto a seu marido, acreditavam que deviam isso ao povo mexicano.

La Casa Azul – onde Frida nasceu, viveu e morreu

Museu da Frida Kahlo: La Casa Azul

Para se entender a importância da La Casa Azul é preciso consultar a história. Guilhermo Kahlo e Matilde Calderón, pai e mãe de Frida, eram desde 1904, os donos da casa. Foi nesse local que Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón nasceu, em 6 de julho de 1907, viveu e morreu, em 13 de julho de 1954, aos 47 anos.

Não é à toa que Frida se tornou um ícone. Sua história de vida fala por si só: transformou dor física e emocional em arte. Aos seis anos descobriu que tinha poliomielite, por isso precisou ficar quase um ano isolada. A enfermidade a deixou com uma deficiência no pé. Andava manca e sofria com as chacotas por sua condição.

Poema na entrada da La Casa Azul

Já adolescente sofreu um grave acidente de bonde, onde o parachoque de um dos carros envolvidos perfurou a sua coluna. Ela sobreviver foi um milagre. Com dores crônicas e passando a maioria do seu tempo deitada, foi por meio da arte que ela começou a se expressar.

O amor em sua vida

Conheceu seu marido, o muralista mexicano Diego Rivera com quem viveu um romance muito turbulento, cheio de amor e mentiras. Viveu com eles em diversos outros lugares no México e também fora. Mas, era sempre para a La Casa Azul que ela voltava.

Ela mantinha uma conexão muito forte com esse lugar. Era como se fosse o local necessário para ela reabastecer suas energias. Por amor sofreu muito. Suas dores na alma era também resultado de seu estado físico: não conseguiu realizar a vontade de ser mãe, pois sofreu três abortos.  

Frida pelas lentes do fotógrafo americano Nickolas Muray

Pelo lado artístico, sua vida sempre deslanchou por conta de suas pinturas fortes e expressivas. Era conhecida e reconhecida por onde passava por sua obra. Chamava a atenção de críticos de arte e fazia exposições pelo mundo afora. O que sempre atrapalhava eram as dores crônicas – que aliás, foram muitas vezes os temas das suas telas onde ela aparecia sofrendo em hospitais.

Vivia cercada de coletes e gesso. Deitada em camas adaptadas, para que pudesse continuar trabalhando. No final da sua vida, ainda jovem, teve que amputar a perna direita. Foi encontrada morta na La Casa Azul, em seu quarto. O atestado de óbito aponta a embolia pulmonar como causa.

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Tour pelo museu

A programação especial da Casa oferece visitas guiadas, visitas temáticas especiais para crianças e também visitas dramatizadas com atores. Além disso, é possível alugar um vídeo guia que acompanha o visitante durante todo o percurso. Foi o que eu fiz e confesso que achei muito bom. Ele é bem completo e interativo. É preciso ter tempo para desfrutar de todo o conteúdo multimídia, mas eu recomendo. Vale a pena!  

 
 
 
 
 
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O trajeto começa com um panorama sobre a história da família com exposição de quadros da artista em que ela retrata todos. Em seguida, somos guiados para a área da cozinha, onde eles recebiam seus amigos como León Trotsky (com quem Frida teve um caso), André Breton, Carmen Mondragón, entre outros. Não tem como esquecer que estamos no México, por conta das cores vivas espalhadas pelo lugar.  

Cozinha de Frida Kahlo
Cozinha onde Frida e Diego recebiam amigos

Passamos pelo quarto de Diego até chegar no ateliê de Frida. Na minha visão, um dos pontos mais altos da visita. Saber que foi dali, em meio a tantas tintas, pincéis e o cavalete adaptado para o seu corpo, que saíram obras grandiosas e de tamanha expressão. Sua resposta ao mundo estava nesse ambiente, a cada pincelada em uma tela branca.

Em cada cômodo um detalhe

Frida pintava sobre ela mesma, já que era o assunto que mais conhecia. Ao visitar sua casa é fácil comprovar isso, pois espelhos estão espalhados por todas as partes, até na parte de cima do teto da sua cama. Ela se via a todo os instantes.

A visita a área interna acaba deixando um vazio para quem se entrega ao passeio. É no último quarto, onde ela permanecia todas as noites, que estão suas cinzas, em uma urna prehispánica em cima de um móvel.

Urna pre-hispânica onde estão as cinzas de Frida Kahlo

No jardim, tudo é muito bonito e delicado. Cheira a vida. Fotos espalhadas pela casa, no mesmo ângulo, mostram cenas antigas com a presença dos ilustres moradores.  Vá com tempo para curtir cada ambiente, sentar em meio as folhas e contemplar algumas das peças prehispanicas espalhadas por lá.

Perca-se pela casa

A visita inclui também uma exposição temporária chamada “As aparências enganam: os vestidos de Frida Kahlo“, com peças de vestuários e acessórios da artista, encontrados tempos depois em um baú onde, por ordens de Diego Rivera, foi mantido fechado mesmo após a morte de ambos.

Por conta da sua situação física é possível ver alguns dos diversos corselets utilizados por ela, além da perna mecânica adaptada, que teve usar após a amputação em seus últimos anos de vida.

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Não tem como negar da sua importância como inspiração no campo da moda. Em sua época ela já se vestia de acordo com seus gostos mais íntimos, utilizando peças que remetiam aos trajes tradicionais do povo mexicano.

Já a sua intimidade pessoal, e também como artista, fica exposta nos diversos diários expostos no local. É inegável a emoção de ver os originais de todo esse conteúdo. Aqui no Brasil tem a edição publicada pela editora José Olympio, que editou alguns desenhos, frases e pensamentos dela. O livro é lindo de se ver e ter, claro!   

Exposição com roupas de Frida Kahlo

Não espere muito da lojinha. Depois da Fridamania, como diz o escritor uruguaio Eduardo Galeano, é possível encontrar aqui mesmo no Brasil uma variedade de produtos com melhor qualidade. O destaque mesmo são para as peças artesanais, assinadas por artistas mexicanos. Achei os preços bem salgados, mas é claro, tem que entrar e conferir.   

Ingressos para o Museu Frida Kahlo

Como dá para imaginar a procura por ingressos para visitar o Museu da Frida Kahlo no México é grande, por isso para evitar filas o  ideal é comprar antecipadamente os bilhetes e de preferência para um horário em que você tenha folga de tempo. O trânsito na Cidade do México é uma caixinha de surpresas.

Os tickets podem ser comprados diretamente pelo site do Museu, porém para quem quiser tirar fotos no interior da casa, é preciso pagar uma taxa ao chegar lá. Apenas nas dependências do jardim o uso de câmeras é liberado para todos. Lembrando que o uso de telefones celulares é proibido, salvo para fotografar, mediante o pagamento da tarifa.

Como chegar ao Museu da Frida Kahlo?

É possível utilizar o transporte público para chegar até lá. Da estação de metrô Coyoacan até o Museu são apenas 20 minutos de caminhada, em um bairro super tranquilo com ruas arborizadas e calmas. Aproveite também para conhecer na região a Casa Museu de Diego Rivera e o Museu Casa de León Trostky. 

Organizando sua viagem para a Cidade do México

A melhor maneira de viajar é deixar o básico já organizado para poder aproveitar tudo de forma mais leve:

Hostel na Cidade do México

O local onde fiquei hospedada na Cidade do México e realmente recomendo é o Mexico City Hostel, localizado em pleno centro. O bom é que ele fica pertinho de tudo e de metrô dá para rodar a cidade. 

A estrutura fica em um prédio no maior estilo mexicano, com grandes janelas abertas para um vão no centro. Tudo é bem grandioso e o café da manhã é super delícia. 

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Seguro Viagem para o México

Não é obrigatório fechar um seguro viagem para visitar o México, porém compensa demais não correr nenhum tipo de risco quando o assunto é saúde. Sinceramente, os valores de seguro viagem para a América Latina acabam sendo baixos, o que acaba compensando e muito caso acontece alguma coisa, mesmo que seja somente algo com a sua mala.

A empresa que eu uso e recomendo é a Real Seguros. Eles funcionam como uma corretora de seguros online. Você digita os dias que você vai ficar o destino e na mesma hora já aparece na tela os valores e as condições de diversas companhias de seguro. É super simples! Dá para contratar na hora mesmo com o cartão de crédito – a apólice chega em minutos – ou pagar no boleto (aí tem o tempo da compensação no banco). 

Imagens: La Casa Azul

Confira uma galeria de fotos no Facebook do Zanzemos, com imagens do Museu da Frida Kahlo, no México:

Museu Frida Kahlo, no México –  http://www.museofridakahlo.org.mx
Endereço: Rua Londres  nº 247 – Coyoacán | Cidade do México


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