Situada na antiga Tebas, a cidade de Luxor possui o que há de mais surpreendente em todo o Egito. Para se ter uma ideia, a capital do novo império egípcio já recebia, desde os tempos remotos, visitantes gregos e romanos para conhecerem as belezas do lugar. Mas, o que fazer em Luxor e quais são os locais imperdíveis?

O gigante santuário de Karnak, o templo de Hatshepsut e a tumba de Tutankamon são apenas algumas das atrações mais incríveis da cidade. Separei uma lista com as principais dicas do que fazer em Luxor e a melhor maneira de aproveitar o seu roteiro pelo Egito. Vamos lá?


Como chegar em Luxor?


Templo de Luxor no Egito
Luxor é visita obrigatória para quem quer se aprofundar na civilização egípcia

Tendo como base a capital do Egito, Cairo, a viagem até Luxor pode ser realizada de ônibus, trem ou avião. São 700 km de distância. Para quem escolher chegar de ônibus, o trajeto possui a duração de 10 horas e é realizado pela empresa GO Bus. Já de trem, a opção fica mais em aberto, já que o tempo e as paradas variam de acordo com as especificações de cada uma das locomotivas. 

De avião, a empresa que costuma operar é a Egyptair e os voos possuem a duração de 1h05. Se no seu roteiro pelo Egito estiver incluso um cruzeiro pelo Nilo, fique atento para saber se o barco parte de Luxor ou de Assuã.


Cuidados extras


Os passeios por Luxor costumam ser bem cansativos durante o verão, quando a sensação térmica pode passar dos 50 graus. Não se esqueça de ir com uma roupa leve, sapatos confortáveis, beber muita água (industrializada), se alimentar bem e utilizar filtro solar com alto fator de proteção. Bonés e óculos escuro são itens que valem a pena levar. 

Pela minha experiência, como estava com um grupo turístico acabei optando por vestir um shorts e não tive nenhum problema. Caso você seja mulher e estiver viajando sozinha, é importante seguir a cultura local quanto a vestimenta. 

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O que fazer em Luxor?


Prepare-se para se aventurar dentro da cidade mais emblemática de todo o Egito. Templos, tumbas e múmias são apenas alguns dos encantos de Luxor, a capital do Império Antigo.

Para compreender a importância deste lugar para a história, ainda hoje existem equipes arqueológicas estudando o local, com a finalidade de tentar encontrar tesouros e tumbas ainda desconhecidos.

Mesmo assim, alguns dos lugares descobertos não podem ser visitados pelo público comum por conta de vários fatores, entre eles os serviços de restauro e os riscos de desmoronamento.


Templo de Karnak


Esfinges no Templo de Karnak
Avenida de esfinges no Templo de Karnak

Uma das mais importantes construções da humanidade, o Templo de Karnak passou por um processo de edificação que durou nada mais, nada menos que 1.500 anos. Pasmem!!!  Numerosas gerações tiveram o prazer de construir alguma parte do maior templo Egito, com o propósito de deixar a marca de seu reinado para a eternidade. Os santuários eram mais importantes do que os palácios onde os faraós moravam.  

O grande complexo arqueológico é dividido em três partes: Montu, Mut e Amon-Rá. A maior área de todas e a mais encantadora é consagrada a Amon, o rei dos deuses. Tudo é suntuoso em suas escalas grandiosas e gigantescas. Com tanta abundância, não há sequer espaço para penúria. Karnak era praticamente um banco central da antiguidade, pois recebia todo ouro conquistado em batalhas. Cada vitória servia para construir algo novo com o intuito de agradecer os deuses. 


A história do Egito está aqui!


Grande Salão Hipostilo no Templo de Karnak
Grande Salão Hipostilo: 134 colunas com 24 metros de altura

Logo na entrada uma fileira de esfinges nos leva a porta do lugar. Ao adentrar, uma imensa estátua de Ramsés II em granito nos recepciona, guiando os visitantes ao local mais impressionante do templo, o Grande Salão Hipostilo, uma zona com 134 colunas maciças que lembram uma enorme floresta. Cada uma delas possui 24 metros de altura e 10 metros de diâmetro.

Do mesmo modo, o que impressiona é a riqueza de detalhes em cada canto do templo. Estátuas colossais, grandes pátios e obeliscos praticamente brigam pela nossa atenção. No fundo, há o lago sagrado, onde os sacerdotes se purificavam, antes dos rituais.  

Todas as noites acontece no Templo de Karnak um show de som e luz, tendo como base toda a história que envolve o lugar. O espetáculo é a pé e conforme o grupo vai chegando, as luzes vão se acendendo. Nesse sentido, é uma ótima oportunidade de contemplar o local com o frescor do sereno. A Get Your Guide, nosso parceiro, oferece o serviço com transfer. 

Por último, uma curiosidade é que o templo ficou mais de mil anos soterrado pelas areias do deserto e somente no século 19 é que foi encontrado. 

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Templo de Luxor


Obelisco do Templo de Luxor
Obelisco do Templo de Luxor. O outro está em Paris

Nos tempos antigos, uma avenida de esfinges ligava o Templo de Karnak até o Templo de Luxor, instalado bem ao lado do rio Nilo. O faraó Amenhotep III projetou em sua dinastia um santuário dedicado a Amon mas, para quem conhece um pouco sobre a história do antigo Egito, não precisa pensar muito para descobrir quem terminou a construção do lugar. Sim, Ramsés II.

Na fachada principal, estátuas de Ramsés II e imagens cravadas dele vencendo os Hititas na Batalha de Kadesh já mostra quem mandava ali. Ao lado da porta, um par obeliscos em granito rosa com hieróglifos em homenagem ao faraó enfeitavam o lugar.

Porém, isso ficou no passado. Em 1829 o antigo paxá egípcio, Mohammed Ali decidiu presentear o povo francês com um deles. O objeto com 25 metros de altura e pesando 230 toneladas foi levado para a Europa e instalado na Praça da Concórdia, em Paris, no mesmo espaço onde, durante a Revolução Francesa, ficava a guilhotina.  

Na mesma área do Templo, foi construído no século 13 pelos árabes a Mesquita de Abu al-Haggag. Sua construção se deu quando o templo ainda não tinha sido descoberto e estava soterrado pela lama do Nilo.


Museu de Luxor


Antes de mais nada, a minha dica é que, assim que chegar em Luxor, verifique os horários do museu, pois ele geralmente é bem restrito. Apesar disso, é de se imaginar o quanto esplendoroso é o museu da cidade mais importante do Egito Antigo. Muitas das peças encontradas em escavações locais estão no Museu de Luxor, inaugurado em 1975.

Os objetos mais procurados pelos visitantes são os que foram encontrados na tumba de Tutancâmon, como a cabeça da deusa Hathor com chifres de vaca. Há também múmias, sarcófagos e relevos que faziam parte do Templo de Karnak. 

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Vale dos Reis 


Estudiosos contam que Luxor, a antiga Tebas era dividida em duas. De um lado havia a cidade dos vivos onde os grandes faraós construíram seus templos em adoração aos deuses. Já na outra margem do Nilo, era a cidade dos mortos, onde está localizado o Vale dos Reis. 

Em síntese, o Vale dos Reis é um grande cemitério de faraós e nobres. A ideia é a mesma das antigas mastabas e pirâmides, já que só os poderosos eram sepultados em tumbas esplendorosas. Cada um deles, durante a sua dinastia, mandavam escavar profundos túneis na montanha de Tebas para a criação de suas tumbas.

Como os antigos acreditavam que ao morrer era necessário ser enterrado com todos os seus tesouros, os faraós tinham medo que suas câmaras funerárias fossem descobertas e saqueadas pelos ladrões da época.

As escavações das tumbas lembram grandes labirintos, por conta disso, é possível que o visitante tenha uma sensação claustrofóbica lá dentro. Foram descobertas até o momento 65 câmaras mortuárias, todavia a maioria delas tiveram seus tesouros roubados. Mesmo que praticamente não exista mais nada dentro, o que vale a pena ver é a ornamentação, os relevos, as pinturas originais e os sarcófagos.

Infelizmente é proibido tirar fotos e o ingresso vale apenas para três túmulos, menos para o de Tutankhamon. É difícil indicar qual escolher para visitar, pois não é sempre que as mesmas tumbas estão abertas devido aos trabalhos de restauração. 


Tumba de Tutankhamon


Howard carter tutankhamon
Howard Carter analisando o sarcófago de Tutankhamon

Não há como negar que todo mundo que vai até o Vale dos Reis quer visitar na verdade a tumba mais famosa do mundo, a classificada como KV62, a de Tutankamon. Mas, porque essa tumba causa tanto alvoroço? 

Na verdade, o faraó Tutankhamon morreu com 19 anos e não acumulou na história muitos prestígios porém, a sua tumba foi encontrada praticamente intacta pelo arqueólogo inglês Howard Carter em 1922, ao contrário de todas as outras localizadas até hoje.

Seu túmulo é pequeno e muitas das paredes não possuem decoração. Em outras palavras, a ideia que passa é que não deu tempo de terminar a obra devido a morte prematura do jovem faraó. Contudo, a quantidade de tesouros encontrados impressionou o mundo inteiro: 5.398 peças, entre joias, cajados, objetos, roupas e tronos.

Ao contrário do dito popular, no Egito tudo o que reluz é ouro, e ainda por cima, maciço, como o sarcófago e a máscara mortuária.

Objetos tumba do jovem faraó
Parte dos objetos encontrados na tumba do jovem faraó

Há quem se decepcione, pois atualmente, dentro da tumba existe apenas o sarcófago do faraó com a múmia dentro. Todas as outras peças do tesouro estão no Museu Egípcio, no Cairo. Não é permitido tirar fotos lá dentro, mas confesso que só de entrar neste lugar já é inesquecível. 


Colossos de Memnon


Colossos de Memnon em Luxor
Imagens de 18 metros que representam o faraó Amenófis III

Na entrada da margem oeste, do outro lado do Nilo, duas estátuas gigantes se destacam em meio a um descampado com algumas casas ao fundo. São os Colossos de Memnon que representam, do alto de seus 18 metros, o faraó Amenófis III. 

A princípio, as duas figuras serviam de guardiãs para o templo mortuário que ficava próximo ao local. Porém, do cenário de outrora, apenas as imagens restaram para contar a história. Acredita-se que as frequentes cheias do rio acabaram danificando a edificação funerário. Construídas há mais de 3.400 anos, cada uma delas foram esculpidas em blocos únicos, pesando o equivalente a 1.300 toneladas. 


Vale das Rainhas


Como o próprio nome já diz, o Vale das Rainhas é destinado às esposas e filhos dos faraós. Justamente por isso, as mais de 80 tumbas encontradas não possuem a riqueza de detalhes e ornamentos que existem no Vale dos Reis. Salvo por conta da tumba de Nefertari, a preferida dentre as 40 outras esposas de Ramsés II. Considerado o túmulo mais bonito de todo o Egito, suas paredes possuem pinturas que detalham a presença da rainha ao lado do faraó, simbolizando todo o amor do casal.

Infelizmente sua visitação é fechada para o público em geral e somente pessoas autorizadas podem adentrar o local, utilizando um cronômetro. 


Templo de Hatshepsut


Templo de  Hatshepsut em Luxor
Imponente Templo de Hatshepsut instalado em um penhasco


Tentaram apagar os vestígios de Hatshepsut, a mais importante rainha que o Egito já viu, porém, felizmente não foi possível. Filha mais velha do faraó, ela teve que ser firme para alcançar o mais alto cargo depois da morte de seu pai. Retratada com barba e sem seios, se adaptou para reinar por 22 anos seguidos.

O templo mortuário dedicado a Hatshepsut foi incrustado na rocha de Deir el-Bahari, o vale próximo de Luxor. Após sua morte aos 50 anos de idade, Tutmés III seu irmão, destruiu tudo o que fazia referência a ela como mulher. 

Lamentavelmente, o templo foi ocupado séculos depois pelos primeiros cristãos que estiveram no Egito, transformando o local em um mosteiro e causando danificações na construção original. 


Museu da Mumificação


Museu da Mumificação em Luxor
Entrada do Museu da Mumificação nas margens do Nilo

Bem às margens do Rio Nilo está o Museu da Mumificação, que abriga uma série de peças que contam todo o procedimento aplicado no serviço funerário de um nobre e o faraó. Todos os protocolos após a morte são apresentados, desde os instrumentos utilizados para remover órgãos até a organização do sarcófago. É bem interessante e vale a visita!


Sharia el-Souq 


Sharia el-Souq em Luxor
No Egito é assim, em cada loja uma nova descoberta


Há quem diga que o Sharia el-Souq, o mercado de Luxor é voltado para turistas. Eu não acho. Claro que têm muitas lojas de souvenires, tapetes e cerâmicas, mas seria maldade resumir o local apenas a isso. Por lá tem de tudo: desde roupas para mulheres muçulmanas a carne fresca pendurada pelas patas. Vi muitas egípcios comprando alimentos, temperos, ervas para chás e fumando narguilé em pequenos recintos. Lugar de vida normal, do jeito que adoramos ver.


Passeio de Balão


Uma das atividades mais procuradas dentre o que fazer em Luxor é o passeio de balão. A caravana sai antes do amanhecer e de lá de cima é possível acompanhar o sol nascendo entre os templos encravados nas rochas. A visão do alto contempla as duas partes do rio Nilo, mostrando a grandiosidade da antiga capital do Egito. Se você não tem medo de altura, vá!


Circulando por Luxor


Templo de Karnak em Luxor
Templos, necrópoles e o Nilo: Luxor é a capital domando antigo

Devido ao calor, uma simples caminhada pode parecer uma maratona. É comum na cidade o uso de charretes com cavalos, mas o assédio por parte dos condutores é grande. Tentei dar uma volta a pé na Corniche (avenida principal da cidade) e eles praticamente ficam seguindo, querendo oferecer passeios e saber a hora prevista de volta ao hotel. Negociando, o preço fica interessante, mas para quem é contra tração animal existem táxi com valores maiores. 


Seguro Viagem


Não existe uma exigência do governo local, até o momento, para a obrigatoriedade da compra de um seguro viagem para viajar ao Egito. Porém, sempre aconselho gastar um dinheiro com isso, pois nunca sabemos como o nosso organismo irá lidar com as características do ambiente.

Dependendo dos meses em que você estiver viajando o calor é tanto que pode sim provocar situações incômodas e de mal estar. O mais comum são problemas gastrointestinais com a alimentação. Evite comer alimentos crus e dê preferência apenas para água engarrafada.

Costumo sempre fazer o seguro viagem com a Real Seguros. Para realizar a cotação, basta inserir os dados da viagem e pronto, já aparecem os valores e a cobertura que cada produto oferece. Não costuma ser caro e só de pensar que, caso qualquer coisa acontece, você será atendido, dá uma sensação de tranquilidade.   


Hospedagem em Luxor


Hospedagem em Luxor
Hotel Lótus: ponto positivo para a piscina em frente ao Nilo. Negativa é a localização

A primeira dica é: dependendo de quando você for, é interessante investir em um hotel com uma boa piscina, pois o calor costuma ser intenso. Entre junho e julho, as temperaturas podem passar a sensação térmica de 50 graus, por isso ter um local para se refrescar é sempre bom.

A minha hospedagem em Luxor estava inclusa dentro do pacote de passeios que fechei com a agência. Me foi oferecido o Lotus Hotel. Particularmente eu não gostei da localização, já que está a cerca de meia hora caminhando até o centro de Luxor. Para viajantes com o orçamento enxuto não compensa, pois sempre terá que gastar com transporte se quiser visitar as principais atrações. 

O ponto positivo é a piscina de frente ao Nilo e a vista para a margem oriental, a parte da antiga Tebas. Aliás, prefira sempre se hospedar na área da margem ocidental, pois é onde fica o pequeno centro da cidade. 

Dentre as melhores opções próximas aos templos e o centro, existe o Pavillon Winter Luxor com ótimos preços e maior pontuação no Booking no quesito localização. A piscina deles fica em uma área aberta, rodeada por palmeiras. 


Pode investir mais?


Já para quem tiver disponível um orçamento mediano, o Ibero Luxor pode ser uma ótima escolha, principalmente por suas instalações e vista. Ideal para quem vai no frio, pois a piscina possui aquecimento. 

Por lá, tem também o Hilton Luxor Resort & SPA, com preços bem atrativos para o padrão internacional do hotel. Se quiser investir mais, o Sofitel Winter Palace Luxor pode lhe atender extraordinariamente bem, com toda a comodidade que um hotel 5 estrelas tem para oferecer. 

Construído em 1886, ele foi projetado por exploradores britânicos que criaram um lugar elegante e com um design colonial para atender as pessoas importantes que iam conhecer as antiguidades egípcias. Serviu durante anos como refúgio de inverno da família real egípcia e, assim como o Sofitel Legend Old Cataract em Assuã, abrigou a escritora britânica Agatha Christie durante seu processo de criação do romance Morte no Nilo.


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