Há quem diga que em Machu Picchu você não encontra o que foi buscar e sim o que é necessário para você. Muitos sentem esse chamado da alma e deixam-se levar pelo passado instigante, ensinamentos e encantos da cidade perdida do Império Inca.
Localizada a 2,4 mil metros de altura, em meio às Cordilheiras dos Andes, no vale do Rio Urubamba, no Peru, Machu Picchu, que em quechua quer dizer “velha montanha”, é um dos maiores mistérios da humanidade.
Não se sabe com exatidão quando o monumento Inca foi construído. O que se tem certeza, é que tudo foi finalizado até o século XV, antes da aparição dos primeiros europeus na América. A busca pela proximidade com o divino, fez com que os incas construíssem a cidade sagrada no topo das montanhas, como uma forma de adoração ao deus sol.
A obra prima inca só foi revelada ao mundo em 24 de junho de 1911, pelo professor norte-americano Hiram Bingham, que realizava no local uma expedição em busca de outra cidade, a Vilcabamba. Foi neste momento que o explorador anotaria em seu diário de bordo: “Acreditará alguém no que encontrei?”. Contrariando esta versão, alguns estudiosos dizem que o primeiro a descobrir as ruínas na montanha foi o empresário alemão Augusto Berns mas, esta variante não é tida como oficial.
Machu Picchu preserva até hoje sua edificação, histórias e mistérios. Mesmo passando por chuvas torrenciais e deslizamentos de terra, ela se mantêm em perfeito estado de conservação, por ter sido construída com milhares de blocos de pedra, todos eles polidos e encaixados com uma extrema precisão. Alguns chegam a pesar 20 toneladas.
É instigante pensar: como uma sociedade pré-colombiana poderia alcançar tal grau de força física e evolução intelectual na construção de uma verdade fortaleza de pedra?
No Museo de Sitio Manuel Chávez Ballón, em Águas Calientes, um escrito chama a atenção: “Machu Picchu está localizado e ordenado em alinhamento com os cumes das montanhas circundantes, assim como as constelações cósmicas. Sua localização permite que seja uma cidade com grande recepção de luz solar durante todo o dia. As características geográficas da área: as montanhas, o rio, o acesso à água e a disposição do material de construção foram determinantes para os incas escolherem esse lugar.”
Por reunir em um único ambiente beleza arquitetônica, natural e imaterial, o Santuário Histórico de Machu Picchu, como é oficialmente conhecido, é a rota preferida para quem busca uma evolução espiritual por meio da religiosidade andina. Como um centro de espiritualidade, ela é muito visitada por xamãs, sacerdotes e viajantes de todo o mundo.
Não é à toa, já que a cidade perdida possui um enorme campo vibratório, com uma das maiores biodiversidades do mundo. Seu bosque com mais de 32 mil hectares, detém cerca de 10% das espécies de flora e 20% de fauna de todo o território peruano.
Existem duas formas de chegar no santuário. De trem em uma viagem de quatro horas, saindo da cidade de Cusco e chegando em Águas Calientes, povoado próximo às ruínas, ou pela lendária trilha inca, onde os peregrinos partem de Ollantaytambo, e após dias de caminhada adentram a cidade pelo portão do Sol, o Intipunku.
Independente da forma escolhida, uma coisa é certa. O viajante que elege Machu Picchu como destino, ficará extremamente impressionado com a sabedoria inca e a união perfeita entre o homem e a natureza, sentindo as energias renovadoras e únicas do lugar.
O complexo arquitetônico é divido em dois setores: o agrícola e o urbano. Formada por grandes terraços para plantação e armazenamento de alimentos, a zona agrícola possui uma complexa estrutura de engenharia hidráulica e de solo. Já a zona urbana abriga a maioria dos templos sagrados, praças, mausoléus e casas.
Uma das principais funções de Machu Picchu foi a de observatório astronômico e é lá, no alto no ponto mais alto da cidade, que está o Intihuatana, que pode ser traduzido como Inti = sol e wata = ano, uma espécie de relógio solar de pedra, encabeçando o setor sagrado.
Machu Picchu: vibrações energéticas
Lendas xamânicas dizem que quando uma pessoa sensível toca a pedra, abre sua visão para o mundo espiritual porém, já faz algum tempo que é proibido tocar a peça. Os visitantes podem apenas aproximar as mãos para captar a energia emanada pelo monólito.
Vale destacar que Machu Picchu foi reconhecida pela Organização das Nações Unidas Para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em 1981, como um Patrimônio Cultural e Natural da Humanidade. No ano de 2007, foi eleita também uma das Sete Novas Maravilhas do Mundo pela organização suíça New Open World Corporation (NOWC).
Acalmar a mente e o coração, buscar o equilíbrio do espírito e se libertar para receber toda as energias ocultas de um lugar desconhecido: já dizia o poeta Mário Quintana, “Viajar é mudar a roupa da alma”. Nunca isso fez tanto sentido quanto no momento atual. O alto índice de estresse, violência e trânsito, são apenas alguns dos problemas que vêm, a cada dia, fechando as pessoas nos seus quartos, mundos particulares e realidades virtuais. As transformações que buscamos muitas vezes estão na nossa frente, só basta perceber.
Escolher um roteiro espiritual é se dar um presente, com a certeza de que depois desta experiência você nunca mais voltará para casa. Sim, a jornada renovará a sua vida e certamente você não será mais o mesmo. Encontre-se!
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