Quando decidi no início das minhas pesquisas de viagem passar uma semana em Luang Prabang, não imagina o presente que eu estava me dando! Essa cidadezinha de aproximadamente 22 mil habitantes, localizada no centro norte do Laos, a 390 quilômetros da capital, em uma região montanhosa onde há o encontro das águas dos rios Mekong (um dos maiores do mundo) e Nam Khan, ganhou em 1995, o título de patrimônio cultural da UNESCO.
Pela localização estratégica na Rota da Seda, que interligava Ásia e Europa, a cidade foi do século XIV ao XVI, capital do poderoso reino de Lane Xang (reino dos Milhões de Elefantes), o que diz muito sobre a importância desse lugar.
Poder contemplar com calma o encontro dos rios, ver o pôr do sol aos pés de um templo bem no alto de uma montanha, nadar em uma cachoeira cor azul-turquesa, andar de bicicleta distribuindo sorrisos e sabaidee (oi em laosiano), ver as colorido do mercado noturno e os diferentes tons de verde na mata, me espantar com as diferenças culturais alimentares tão presentes nas feiras… Nossa! Difícil listar tudo de bom que esses dias me trouxe. Só tenho uma coisa a dizer: Luang Prabang é um respiro para a alma!
Turismo em Luang Prabang
Kuang Si Waterfall
Kuang Si Waterfall é daqueles lugares que de tão lindo chega a demorar para acreditar que é de verdade. Localizada na parte rural de Luang Prabang, a cerca de 50 minutos de carro do centro, o complexo reúne diversas cachoeiras, cada uma com uma beleza diferente. Algumas são apenas para observação, outras estão liberadas para o nado. Ao adentrar o Tat Kuang Si Parque o visitante paga uma taxa de 20.000 kips. Lá temos acesso não só as cachoeiras, mas também ao projeto Free The Bears, que resgata ursos vítimas de maus tratos.
Para chegar é possível alugar uma moto, fechar um tuk-tuk ou utilizar o transporte coletivo de vans. Escolhi o último e percebi que a maioria dos lugares costumam cobrar 40.000 kips. Os horários oferecidos são 9h (volta às 13h), 11h30 (volta às 16h) e 13h30 (volta às 17h). Se você quer apenas tirar fotos, recomendo demais visitar na primeira hora, pois por conta da água gelada dificilmente alguém irá atrapalhar o seu clique. Mas se o objetivo for realmente nadar e aproveitar a cachoeira o melhor é escolher o horário intermediário. A temperatura da água está melhor e você ainda ganha uma hora a mais na visita.
Old Quarter
O que faz o centro histórico de Luang Prabang ser excepcional é a mistura entre a riqueza da tradicional arquitetônica local e a de seus colonizadores franceses. Além disso, é lá no Old Quarter que as coisas acontecem e onde estão localizados os principais pontos turísticos, consequentemente os melhores bares, restaurantes, agências de passeios e lojas da cidade. Meu conselho é que você busque hospedagem nessa região mais central. Recomendo também a loja Naga Creations, com jóias, bijuterias e artesanatos todos feitos à mão. São peças exclusivas e com preços bem atraentes.
De lá dá para seguir andando até a beira do Rio Mekong e se deliciar com as diversas opções de restaurantes que oferecem café da manhã, almoço e jantar com uma vista maravilhosa. Por conta dos antigos moradores franceses é possível encontrar pratos que vão além da gastronomia asiática.
Ronda das Almas
A Ronda das Almas (Tak Bat) é um ritual budista que acontece diariamente ao amanhecer. Antes mesmo das seis da manhã, centenas de monges saem descalços de seus templos e seguem em fila indiana pela cidade recolhendo oferendas para a alimentação do dia, em uma atmosfera de caridade e devoção. Nem preciso dizer que vale a pena pular da cama cedo, né?
Utopia
Anote esse nome:Utopia! De manhã a grande varanda com vista privilegiada para o rio Nam Khan já impressiona, mas foi de noite que esse bar e restaurante me cativou. Ponto de encontro de todo viajante que está se aventurando pelo Laos, o lugar mistura música, com luz de velas e colchões no chão. Há também outros ambientes no pequeno jardim, mas o terraço é o lugar mais disputado. Por lá quem faz sucesso é a Beerlao, a cerveja nacional. O ruim é que eles fecham cedo. 23h30 já começam a desligar o som e mandar o pessoal embora. Aí nessa hora os motoristas de tuk-tuk entram em ação, oferecendo transporte até o Beco do Boliche, o único lugar que atravessa a madrugada.
Alugar uma bicicleta ou moto
Um dos momentos mais legais que tive em Luang Prabang foi quando, junto com um amigo, aluguei uma bicicleta. A oportunidade de sair da região central de maneira autônoma realmente foi única. Pudemos durante o passeio visitar os templos e feiras mais distantes e ainda estabelecer um contato maior com a população local, conhecendo o que existe além da parte turística da cidade. Cenas do cotidiano em ruas sem asfalto.
Aula de yoga, culinária e artesanato
Lembra do Utopia, que eu citei logo acima? Então, é lá que acontece todas as manhãs, às 7h30, as aulas de Yoga na beira do rio. Se você é adepto, sem dúvidas é uma oportunidade sem igual. Se não for, iniciantes também são bem-vindos. Já na parte da tarde, às 5h30, as aulas mudam para o Sena Restaurante, na rua principal da cidade. A Luang Prabang Yoga oferece práticas de Vinyasa, Hatha, Yin e meditação. Como há variações de datas, duração e preços, vale a pena entrar em contato.
Por lá vi muitas escolas de culinária, mas a mais famosa é a Bamboo Tree Lao Cooking School and Restaurant. Dentre as comidas ensinadas na aula está o Laap, um dos tradicionais pratos do Laos, uma espécie de salada com carne de porco picada, temperada com coentro e cebolinha.
Auxiliando na divulgação do artesanato local, a Ock Pop Tok realiza aulas e workshops sobre tecelagem de seda e bambu, além de técnicas têxteis como tingimento e desenhos no estilo Batik (comunidade local).
Night Market
Todas as noites, depois que o sol se põe começa uma movimentação na sempre calma e tranquila Sisavangvong Road. Moradores de toda a cidade, em sua grande maioria mulheres com crianças, começam a abrir caixas e mais caixas com mercadorias a fim de montar suas barquinhas. Roupas, tigelas, lanternas, gravuras, pratarias, marionetes: cuidado, Luang Prabang pode causar um rombo no seu orçamento!
Conhecido por ser um dos mais organizados mercados noturnos de toda a Ásia, ele realmente impressiona pela arrumação e a variedade de produtos artesanais. Os vendedores são sempre solícitos e deixam você conferir os produtos em paz. Se for comprar pechinche. Eles esperam isso.
A parte da alimentação fica em uma ruazinha paralela. É lá que você poderá se deliciar com um pouco da comida Laociana. É comum uma espécie de banquete vegetariano self-service onde é possível comprar um prato e colocar a quantidade que quiser. Nesses lugares a carne é cobrada à parte.
Wat Xieng Thong
Luang Prabang possui uma aura espiritual única e singular. Por lá a escola budista praticada é a Theravada, a forma mais antiga, presente em todo o Sudeste Asiático. São mais de 30 templos espalhados pela pequena cidade, cada um com uma característica e história diferente.
O Wat Xieng Thong é o mais antigo de todos. Datado de 1560, ele foi construído pelo Rei Setthathirat. O que mais chama atenção são as cores dos mosaicos que, junto com o vermelho e dourado predominante, dá um ar nobre ao local. O interessante é ir com tempo para explorar todos os outros edifícios ao redor, que ficam em uma espécie de grande quintal em meio a árvores com deliciosas sombras.
Mercado Diurno
Como parte da vida cotidiana dos moradores da cidade, em uma rua super estreitinha acontece todas as manhãs o mercado diurno, que nada mais é do que uma feira comum de alimentos.
Tudo seria bem normal se não estivéssemos falando de uma outra cultura tão diferente da nossa. Prepare-se! Sim, de todos os mercados que visitei na Ásia nenhum foi tão exótico quanto esse (e olha que eu me aventurei demais nessas feiras na Tailândia).
O colorido das frutas, legumes e verduras divide espaço no chão com carnes de animais, muitas vezes não identificáveis. Tudo é muito fresco, mas também sem qualquer higiene. Vi muitas vezes manicures fazendo as unhas de suas clientes em cima das mercadorias, na maior naturalidade: vida real.
Pôr do sol no Monte Phou Si
Sem dúvidas é o melhor lugar para ver o pôr do sol em Luang Prabang, mas para ter acesso ao espetáculo no céu é preciso subir a colina, encarando 328 degraus. Ah, leve uma garrafa de água. Você irá precisar! De lá de cima, em uma altura de cem metros com a visão de 360 graus, dá para contemplar a beleza do Rio Mekong, junto ao Rio Nam Khan. No ponto mais alto está o Wat That Chom Si, um pequenino templo.
A cidadezinha que já é por si só silenciosa lá do alto fica ainda mais tranquila. Claro, dependendo do horário de visitação. Para quem busca uma experiência mais pessoal a dica é evitar o entardecer, que é quando grandes grupos de turistas (em sua maioria chineses) se amontoam em busca da melhor foto. A entrada para o acesso sai por 20.000 kip.
Royal Palace
O Palácio Real de Luang Prabang é composto por três edifícios: o palácio Haw Kham onde funciona hoje o Museu Nacional de Luang Prabang, o templo Wat Ho Pha Bang e o teatro Phralak Phralam.
Construído em 1904, o palácio real funcionou até 1975 como residência da realeza, quando após a revolução comunista eles tiveram que abandonar seus aposentos e a monarquia chegou ao fim. A morada real ficou fechada até 1995, quando foi decidido transformar o espaço em um museu. Para o visitante adentrar esse ponto da história do Laos é realmente imperdível. Muitos dos objetos permanecem intactos. É possível encontrar coroas, armas, pinturas, artigos religiosos e até coleções de carros na garagem (alguns presentes do governo americano).
Existem algumas proibições para visitar o local, sendo necessário seguir o padrão budista de vestimenta: descalço, sem decotes, regatas, saias curtas e shorts. Lá dentro também é proibido tirar fotos. O horário de funcionamento é um pouco confuso. Está aberto apenas das 8h30 às 10h30 e das 14h às 16h. A entrada para o palácio custa 30.000k
Já o Wat Ho Pha Bang, o templo que fica bem na entrada do palácio, teve sua construção iniciada em 1963, mas apenas em 2006 ela foi finalizada. Lá dentro ele abriga a estátua do Buda Phra Bang, um dos mais sagrados de todo o Laos, todo de ouro. Quando eu fui, a visita era feita apenas pela porta, não sendo possível adentrar ao santuário.
O teatro, localizado no jardim do Royal Palace, possui uma trupe, a Royal Ballet of Phralak Phralam, com mais de cem artistas que fazem parte de um projeto conjunto entre o Serviço Provincial de Informação e Cultura de Luang Prabang e o Instituto de Pesquisa Cultural (ICR). O espetáculo apresentado é baseado no poema sagrado Ramayana na versão laosiana. Durante duas horas o espectador tem contato com a tradicional dança real, chamada Bang Khéo.
As apresentações acontecem todas as segundas, quartas, sextas e sábados às 18h (outubro a março) e às 18h30 na baixa temporada (março a setembro). Os ingressos vão de 100.000 kips a 150.000 kips, dependendo da proximidade com o palco.
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Passeio pelo rio Mekong
Um dos passeios oferecidos por lá é o tour de barco pelo Mekong até uma gruta natural, as Pak Ou Caves, que ficam bem na beira do rio, cerca de 25 km desde Luang Prabang, ao norte da cidade. Lá dentro é possível contemplar mais de quatro mil estátuas de Budas, em diversas formas, posições e tamanhos. O santuário foi constituído ao longo dos anos pelos laosianos, por acreditarem na sacralidade do local. O transporte costuma custar 85.000 kips por pessoa, sem o ingresso de entrada.
E você? Já foi para Luang Prabang? Tem alguma sugestão para incluir na lista? Escreva nos comentários!!!
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