Pelo ar careta da recepção é impossível imaginar o que nos aguarda. Somente após subir as escadas e dar de cara com um quarto cheio de pequenos cubículos é que começamos a sentir qual é a do hotel cápsula.
São tantos botões, travas e luzes que é impossível não se sentir dentro de um foguete espacial de um filme futurista. A curiosidade era tanta que nem tive tempo em pensar o quanto a novidade poderia ser claustrofóbica.
O conceito de hostel cápsula é muito utilizado no Japão, porém ele já se tornou uma realidade em outros países asiáticos. Minha experiência com um deles foi na cidade de Kuala Lumpur, na Malásia.
Hotel cápsula: minha experiência na Ásia!
Para conhecer a fama do hotel cápsula, escolhi o Capsule Town Hotel. Antes de reservar pelo Booking, fiz uma pesquisa na plataforma buscando lugares próximos, caso eu não me adaptasse ao estilo de hospedagem. Ao chegar, recebi um kit completo com toalha de banho, chinelo e a chave tecnológica para abrir todas as portas, armário e cápsula.
Os dormitórios são separados por gênero e só existem cápsulas individuais. Elas ficam em pequenos quartos, lado a lado e em dois andares. Há uma escada para subir na de cima. O guarda-volumes e banheiro ficam do lado de fora. Dentro é possível controlar tudo: nível de ar, intensidade da luz, despertador, tomada e entrada para USB…
Confesso que minha mente estrategista não me deixava tranquila pensando o que eu faria caso a cápsula entrasse em curto. Antes de dormir testei algumas vezes o botão de trava. A ideia era ver se abria rapidamente a porta ao ser acionado.
Como é de se imaginar, não é possível ficar de pé dentro da cápsula, porém é possível sentar. Acoplado há uma pequena mesa onde dá para apoiar o computador ou livro quando estiver acordada. É bem privativo e de lá de dentro o máximo que escutei de barulho externo foi a hóspede da cápsula de cima chegando, depois tudo foi silêncio.
Hotel Cápsula: como surgiu?
O primeiro hotel cápsula do mundo é o Capsule Inn Osaka, que até hoje funciona na cidade japonesa. Ele foi criado em 1979 pelo arquiteto Kisho Kurokawa, um dos fundadores do movimento metabolismo, que visava a construção de cidades do futuro para serem habitadas pela sociedade em massa.
Uma curiosidade é que atualmente o local só hospeda homens e oferece diversos tratamentos masculinos na sauna e no spa. No site oficial diz também que é proibido a presença de pessoas com qualquer tipo de artes corporais, como tatuagem.
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Vale a pena se hospedar em um Hotel Cápsula?
Indo ao acordo com a estrutura social em que ele foi inspirado, o hotel cápsula proporciona uma experiência totalmente individual. Ao contrário de outras hospedagens coletivas, ele não preza pelo encontro de pessoas.
Por isso, para quem está viajando querendo ter contato com outras culturas acho a vivência de um hotel cápsula super válida por apenas alguns dias, já que ele acentua o isolamento de um viajante solo pelo mundo.
Capsule Tower Hotel
Kuala Lumpur – Malásia
Reservas pelo Booking